O dia amanheceu frio. Era sete de setembro, o tal do dia da independência do Brasil, e como de costume em dias livres do trabalho comum lá estava eu procurando algo para fazer, de preferência algo que a meu ver agradasse a Deus. Logo pensei em chamar alguns colegas de fé para distribuirmos cestas básicas entre famílias carentes das imediações, ou caso não encontrássemos, em alguma comunidade Cristã que pudesse nos auxiliar no processo de doação. (Faço parte de um grupo de irmãos na fé em Cristo Jesus que periodicamente arrecada alimentos doados por colegas para distribuição entre famílias carentes. É importante salientar que graças às orientações de nosso amável Deus que estão contidas na Bíblia Sagrada, os participantes deste grupo têm plena consciência de que a Salvação da alma é adquirida através da Graça, ou seja, pela misericórdia do Pai que nos enviou seu único filho para dar sua vida pelos nossos pecados concedendo-nos assim o direito à vida eterna e não através das obras que são dever de qualquer Cristão em qualquer parte do mundo).
Fomos a um lar indicado por uma colega, e lá chegando, nos deparamos com uma jovem mulher mãe de um garoto de aproximadamente seis anos portador de uma doença bastante grave chamada epidermolise bolhosa. Não é possível descrever o tamanho do sofrimento daquele “anjo” com aquelas feridas espalhadas pelo seu corpo, e por conseqüência as dificuldades daquela jovem que teve de abrir mão de todos os seus sonhos pelo amor redobrado ao seu filho em razão de suas necessidades especiais.
Então fizemos uma oração, ungimos o garoto com óleo e, devido ao seu encantamento com nosso violão que levamos para louvar a Deus, o presenteamos com o instrumento. Logo seu choro foi substituído por um sorriso tão meigo que atravessou os corações de todos que estavam presentes - era a alegria estampada no rosto de quem aparentemente não tinha nenhum motivo para sorrir.
Confesso que ao final da oração comecei a questionar-me acerca do tamanho da minha fé - afinal eu não cria naquele versículo que diz que tudo o que pedirmos em nome de Jesus a Deus, crendo, ele concederá? Eu havia pedido pela cura instantânea das feridas, mas nada mudou ao término das petições; iniciei então um desabafo em silêncio do profundo da minha pobre alma pecadora exigindo de Deus explicações por tamanho sofrimento imputado a um menino sem pecados (...) foi quando aquela mãe deu um passo em nossa direção e começou a relatar: "Sabe meus irmãos, antes de meu filho nascer eu não queria saber de Jesus, ouvia falar dele e de seu amor, más nunca quis saber de compromisso com a verdade, vivia no pecado apesar de constantemente ouvir a voz de Cristo me chamando para uma vida reta e calcada em sua palavra. Mesmo sabendo no íntimo do meu coração que Ele queria me salvar, preferi permanecer à sorte do mundo. Então aconteceu a gravidez, logo veio o abandono do meu namorado e os problemas de saúde do meu filho, no início foi bastante difícil, não que hoje não seja, mas eu estava longe do amor de Deus. Foi quando alguém veio e me anunciou que Jesus continuava me amando e continuava de braços abertos para me receber independentemente das incontáveis vezes que eu o havia rejeitado, me rendi então ao apelo e recebi a Jesus como Salvador da minha vida, inexplicavelmente meu coração fora invadido de uma paz grandiosa e de um alento que até hoje não tem me deixado desamparada, aprendi a amar a Deus de todo meu coração e ao meu filho como se fosse o melhor filho do mundo, aliás, ele é o melhor filho do mundo, consegui acima de tudo entender que os problemas que tornam as nossas vidas difíceis são os obstáculos que precisam ser superados com a ajuda do incondicional amor de Deus para conosco, assim o alcance do alvo supremo que é a Salvação de nossas almas tornar-se-á mais tranquilo."
Ao final, lágrimas nos olhos de todos e o sussurro baixinho do garoto dizendo-nos: "Amém".
Abs,
Junior Cast
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